ATA DA TRIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 22.05.96.

 

Aos vinte dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e sete  minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’ Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e Gerson Almeida. Constada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 03 Pedidos de Providências e pelo Ver. Luiz Negrinho, 02 Pedidos de Providências; pelo Prefeito Municipal, o Processo n0 1440/96, solicitando autorização para afastar-se de Porto Alegre, para viagem à Istambul, na Turquia. Do EXPEDIENTE constaram: Ofício n0 08/96, do Ver. Marco Orsi Jr., Presidente da Câmara Municipal de Campo Bom; Ofício n0 95/96, do Senhor Arno Augustin Filho, Secretário Municipal da Fazenda; Ofício n0 203/96, do Senhor Jorge Corrêa, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado; Fax: da Senadora Emília Fernandes; do Senhor Osmar Terra, Presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor Gilberto Mosmann, da Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais do Estado e do Senhor Vilson Rodrigues Bilhalva, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região. Em continuidade, foi iniciado o período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, 1a Sessão, estiveram: o Projeto de Resolução n0 11/96 e o Projeto de Lei do Legislativo n0 63/96, este último discutido pelos Vereadores Raul Carrion e José Valdir; em 3a Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n0 08/96, discutido pelo Ver. Artur Zanella; o Projeto de Lei Complementar do Executivo n0  04/96, discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Clovis Ilgenfritz e o Projeto de Lei do Executivo n0 27/96. Logo após, foi aprovado  Requerimento da Vera. Clênia Maranhão, solicitando a inversão dos trabalhos, antecipando o período de Grande Expediente. Em continuidade, o período de GRANDE EXPEDIENTE foi destinado a homenagear os 20 anos da Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul nos termos do Requerimento n0 70/96 (Processo n0 925/96), de autoria da Vera. Clênia Maranhão, e aprovado pela Casa. Compuseram a Mesa, o Senhor Gilberto Mussi, representante do Governador do Estado e da Casa Civil, o Senhor Osmar Terra, Presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, o Senhor Nagibes Tela Elias, 10 Vice–Presidente e fundador da Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul e a Senhora Marlova, Presidente do Conselho Nacional de Assistente Social. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Prefeito de Caxias do Sul, Senhor Mário Davi Panin, do Senhor Antonio Jaques, Diretor Presidente da Fundação Pedroso Orta, do Prefeito de São Pedro do Sul, do Prefeito de São Pedro da Serra, Senhor Paulo Valmir, do Senhor Pedro Bandeira, representante da Secretaria de Coordenação e Planejamento, do Assistente e Fundador da Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, Senhor Roberto de Azevedo e Souza, do Prefeito de Nicolaus Vergueiros, Senhor Sérgio Sadi, do Prefeito de Horizontina, Senhor João Oliveira Borges e do Prefeito de Mariana Pimentel. Em prosseguimento, a Vera. Clênia Maranhão discorreu a respeito das lutas históricas dos movimentos municipalistas e acrescentou que a municipalização possibilita a universalização e a eficiência dos serviços. A seguir, o Ver. Reginaldo Pujol saudou os integrantes da Mesa e enfatizou que o municipalismo é a possibilidade  mais concreta do país oferecer resposta às múltiplas necessidades de sua gente. Em continuidade, o Ver. Elói Guimarães discorreu a respeito do papel político, econômico, administrativo e social que o município exerce no contexto da federação. O Ver. José Valdir referiu-se à importância da Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul na consolidação das conquistas obtidas com o processo  de municipalização. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Osmar Terra, Presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, que discorreu a respeito da trajetória da FAMURS e sobre o papel importante que esta desempenha na efetivação das políticas públicas. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu o comparecimento do Senhor Osmar Terra a esta Casa e das demais autoridades presentes. Às quinze horas e quarenta e quatro minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta  e três minutos. A seguir, em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib informou que a Deputada Estadual Maria do Carmo Bueno aceitou concorrer à Prefeitura de Porto Alegre no próximo pleito, representando o PPB, justificando a impossibilidade da presença da mesma à homenagem à FAMURS. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a presença do Prefeito de Vila Nova do Sul, Senhor João Nomir de Moraes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Ver. Raul Carrion, reportou-se à nova Lei de Patentes sancionada pelo Governo Federal classificando-a como uma verdadeira submissão neocolonial. Logo após, o Ver. Milton Zuanazzi critica situação precária da Escola Estadual de 10 Grau Incompleto Heitor Villa Lobos, atualmente interditada. Em continuidade, o Ver. José Valdir fez uma denúncia com relação a um recente assalto ocorrido com seus familiares, ressaltando as lacunas existentes na atual legislação que permitem muitas vezes a impunidades destes casos. Em prosseguimento, o Ver. Luiz Negrinho reportou-se ao pronunciamento do Ver. José Valdir, parabenizando-o e em seguida discorreu a respeito da falta de segurança no Bairro Cristal. A seguir em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Senhor Presidente informou que na próxima semana, um conjunto dos Vereadores desta Casa terão uma audiência com o Secretário da Segurança Pública. Logo após, em QUESTÃO DE ORDEM, o Ver. João Dib indagou à Mesa sobre um possível debate acerca da paralisação dos Servidores Municipais. O Senhor Presidente, por sua vez, solicitou que o Ver. João Dib encaminhasse um requerimento para a avaliação do Plenário desta Casa. A seguir, foi aprovado  Requerimento Verbal do Ver. João Dib, solicitando a inversão na ordem de votação dos Projetos inseridos na Ordem do Dia, bem como o adiamento do Ver. Clovis Ilgenfritz. A seguir, foi retirado Requerimento n0 106/96 (Processo n0 1434/96),  pelo autor, Ver. Clovis Ilgenfritz. Em continuidade, após ser encaminhados pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Clovis Ilgenfritz, Pedro Ruas, João Dib, Lauro Hagemann e Clênia Maranhão, foi aprovado Requerimento n0 107/96 (Processo n0 1444/96) do Ver. Lauro Hagemann, solicitando indicação para representar esta Casa na Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas – “Habitat II", em Istambul, através de Votação Nominal solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, por vinte e dois votos SIM, votando os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Edi Morelli, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Milton Zuanazzi, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Wilton Araújo e Gerson Almeida. A seguir, foi aprovado  Requerimento do Ver. Henrique Fontana, solicitando Regime de Urgência e Reunião Conjunta das Comissões: de Constituição e Justiça, Economia, Finanças e Orçamento, Urbanismo, Transportes e Habitação, Saúde e Meio Ambiente, para análise do Projeto de Lei do Executivo n0 27/96, em Votação Nominal solicitada pelo autor, por dezesseis votos SIM, votando os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion e Gerson Almeida. Logo após, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às dezessete horas e vinte e sete minutos,  convocando os Senhores Vereadores para Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Luiz Negrinho, Edi Morelli e Clovis Ilgenfritz, estes dois últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 10 Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

ERRATA

 

ATA DA TRIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA – EM  22.05.96.

 

 

 

- Quando dos registros referentes à composição da Mesa para o período de GRANDE EXPEDIENTE, deve ser alterado o nome do Senhor “Nagibes Tela Elias” para “Nagib Stella Elias”. 

 

 

 

Nota: Os registros relativos a esta Sessão Ordinária encontram-se incompletos. Na ocasião, os servidores deste Legislativo encontravam-se reunidos em Assembléia Geral do seu Sindicato reivindicando melhores condições de trabalho e salariais.

 

 

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1a SESSÃO

 

PROC. 1210/96 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N0 011/96, de autoria do Vera. Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Cláudio Bonatto.

 

PROC. 1246/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N0 063/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a doação de materiais inservíveis pertencentes à Administração Municipal, e dá outras providência.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1185/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N0 008/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que transforma em Unidade Territorial de Uso Misto a Unidade Territorial de Uso Industrial n0 27 da UTSI 13 da Lei Complementar n0 43, de 29 de julho de 1979, e dá outras providências.

 

PROC. 1222/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N0 004/96, que institui o Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. 1338/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N0 027/96, que altera os artigos 10 e 40 da Lei n0 7733, de 28 de dezembro de 1995, ampliando os valores e alterando as condições da contratação da operação de crédito autorizada pela referida Lei, e dá outras providências.

(Obs.: A Pauta foi discutida pelos Vereadores Raul Carrion, José Valdir, Artur Zanella, Reginaldo Pujol e Clovis Ilgenfritz, conforme consta da Ata. Segue parte do pronunciamento do Ver. Reginaldo Pujol, que foi possível registrar.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (...) reflitam sobre o assunto, porque ele é, extremamente, grave. Falo sobre o Projeto do Ver. Jocelin Azambuja que trata de alterações do Plano Diretor da Cidade. Todas as cidades, maiores ou menores têm o seu Plano Diretor e ele, bem ou mal, coordena o crescimento da Cidade. O que está acontecendo na Cidade é que a reavaliação do Plano Diretor está ensejando, exatamente o aparecimento de projetos como esse meu de alteração do Plano Diretor, assim como projetos da Prefeitura. A natureza detesta o vácuo, a administração também. No momento em que a Administração avisa que vai fazer a alteração e que logo estará pronto o projeto que reavalia, os empresários param de investir, não fazem mais projetos, não iniciam a compra de terrenos, esperando a tal reavaliação que já toma três, ou quatros meses.

Então, apoiando o Projeto do Ver. Jocelin, diria que ele seria desnecessário se a Prefeitura Municipal de Porto Alegre mandasse logo o Plano Diretor. Se os prefeitos que estão aqui tiveram esse tipo de proposição, ou problema; aconselharia que não fizessem como faz o Prefeito de Porto Alegre, que parou toda uma estrutura da construção civil, esperando que venha o tal Plano Diretor e sua reavaliação. Plano Diretor este virá em parte, ficando novamente a expectativa de o que virá. É isso o que motiva esse tipo de Projeto.

Mas vim aqui para saudar os Senhores Prefeitos que aqui estão, entre os quais alguns que trabalharam comigo, quando fui Presidente da CRTUR, que nos dão a honra de sua presença no dia de hoje. Muito obrigado. 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. Vamos colocar em votação. Requerimento firmado pela Vera. Clênia Maranhão. (Lê o Requerimento.) Solicita a inversão do Grande Expediente antes da Ordem do Dia, uma vez que já corremos a Pauta. Pela proposta da Vera. Clênia Maranhão, primeiramente, teríamos o Grande Expediente, oportunidade em que seria prestada a homenagem aos 20 anos da FAMURS.

Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que estiverem a favor permaneçam sentados, os contrários se manifestem (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

GRANDE EXPEDIENTE

 

Tendo em vista a aprovação deste Requerimento, passamos a homenagear os 20 anos da FAMURS. Convidamos a integrar a Mesa o Sr. Representante do Governo do Estado e da Casa Civil do Governo, Dr. Gilberto Mussi; o Dr. Osmar Terra, Presidente da FAMURS; o 10 Vice–Presidente e fundador da FAMURS, Sr. Nagib Stella Elias; a Presidente do Conselho Nacional de Assistente Social, Sra. Marlova.

Registramos a presença do Prefeito de Caxias do Sul, Sr. Mário Davi Panin; do Diretor-Presidente da Fundação Pedroso Orta, Dr. Antonio Carlos Jaques; do Prefeito de São Pedro do Sul; do Prefeito de São Pedro da Serra, Sr. Paulo Valmir; do Representante da Secretaria de Coordenação e Planejamento, Sr. Pedro Silveira Bandeira; do Assistente Fundador da FAMURS, Sr. Roberto de Azevedo e Souza; do Prefeito de Nicolaus Vergueiros, Sr. Sérgio Sadi; do Prefeito de Horizontina, Sr. João Oliveira Borges e ao Prefeito de Mariana Pimentel.

Com satisfação, damos início às homenagens à Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul por ocasião da passagem do seu vigésimo aniversário. Reconhecemos nesta Instituição um trabalho importante em defesa dos municípios do nosso Estado.

Sentimo-nos orgulhosos de receber tão ilustre e representativas figuras do nosso Estado.

Como primeira oradora e como componente da homenagem, passamos a palavra à Vera. Clênia Maranhão.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Gostaria de pedir aos Senhores Prefeitos que estão conosco nesta tarde, licença para antes de me referir ao tema que nos trouxe nesta Casa neste dia, destacar de que também estamos neste ano, no mês de maio, comemorando 10 anos do Conselho dos Secretários Municipais de Educação do Rio Grande do Sul. Também temos a honra de parabenizar pela sua atuação, pelo trabalho desenvolvido e pelas lutas históricas que o Conselho ao longo dos 10 anos de atividades, sempre em conjunto com a FAMURS, desenvolveu em nosso Estado, sinalizando o seu trabalho na organização dos sistemas municipais de ensino; a luta pelo Plano de Carreira aprovado em lei; pela valorização do magistério; sua atuação pela criação dos Conselhos Municipais de Educação em duzentos municípios hoje instalados no Rio Grande do Sul. Parabéns pelos 10 anos, pelo trabalho de luta e compromisso com educação e com o municipalismo.

Queria dizer que, tenho o prazer de falar aqui como proponente desta tarde da homenagem dos 20 anos da FAMUR, representando o meu Partido o PMDB, representando também o PC do B; PPS, representado nesta Casa pelo Ver. Lauro Hagemann e também pela Bancada do PPB.

Senhoras e Senhores. É com imensa satisfação que hoje homenageamos a Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul pela passagem dos seus 20 anos, ao longo dos quais buscou a reconhecimento e a valorização do Município. Homenageando a FAMURS resgatamos as lutas históricas dos movimentos municipalistas, a partir dos quais vários avanços foram obtidos com a Constituição de 1938, que vão desde a inclusão do Município como ente federado ao lado da União e dos Estados, a ampliação da sua autonomia, a ampliação da sua competência para a instituição de tributos até o aumento da sua participação nos impostos partilhados. É indiscutível que o caminho para os grandes problemas nacionais, saúde, habitação, educação, assistência social, é municipalizar a execução dessas políticas. A municipalização possibilita a universalização e a eficiência dos serviços. Ao mesmo tempo, se oportuniza um maior acompanhamento da população sobre a prestação dos serviços e a utilização de recursos. Contudo, para municipalizar é indispensável o repasse dos recursos correspondentes. Nesses municípios, especialmente aqueles com características essencialmente morais, têm receita própria reduzida os que os deixam dependentes, cuja arrecadação encontra-se em queda diante da política econômica em vigor neste País. Em que pese os avanços já obtidos pelos movimentos municipalistas, há um longo caminho que ainda terá que ser percorrido. Especial realce merece a questão do espaço urbano, pois, em geral, as cidades são frutos da improvisação, e não do planejamento. Sempre foi indispensável a intervenção do poder público, visando ao bem-estar coletivo. A competência do Município, nesta área, é ampla e decorre do preceito constitucional. Até o ano 2.000 metade da humanidade viverá e trabalhará nas cidades. Nesse sentido, é de suma importância mencionar um evento internacional que, seguramente, incidirá, em médio prazo, sobre as políticas municipais. Nos referimos, aqui, a Conferência do Habitat 2, que ocorrerá em Istambul, Turquia, no período de 03 a 14 de junho, promovida pela ONU, que debaterá o problema dos assentamentos urbanos  e o futuro das cidades. Nesta Conferência, serão definidas novas políticas e estratégicas de planejamento urbano e habitacional, comprometido com o enfrentamento dos problemas sociais, ambientais e formas de assegurar o aumento do volume de investimentos em infra-estruturas e serviços.

O Município é o espaço geográfico e político onde se efetivarão essas políticas. Nada mais justo do que a participação do Poder Municipal nesta esfera de decisão. Retomemos o fato que nos trouxe a este Plenário neste dia, é o aniversário dos 20 Anos da FAMURS. Nos orgulhamos de ser proponentes deste Ato pela representatividade e importância da FAMURS no cenário nacional e pela sua decisiva participação nos fatos políticos deste Estado e o esforço e o fortalecimento das parcerias necessárias à efetivação das políticas públicas visando o bem comum. É reconhecida em todo o estado a atuação da FAMURS no processo da elaboração da saúde, o seu empenho na efetivação da Lei Orgânica da assistência social e na política de implantação no Estatuto da Criança e do Adolescente, na sua luta pela valorização da qualidade do ensino público municipal. Igualmente reconhecida em sua independência política, totalmente desvinculado do Partido de quem a preside.

Enfim, saudando os 20 anos de história da FAMURS, saudamos os seus ex-dirigentes, seus ex-Presidentes aqui presentes. E a todos os Prefeitos que prestigiam este ato, queremos registrar a nossa homenagem aos Prefeitos deste País. Políticos que enfrentam um dos maiores desafios administrativos deste momento. As conquistas municipalistas do Brasil impuseram aos Prefeitos desafios quase impossíveis de serem vencidos. Os Prefeitos, hoje, vivem a contradição, sua realidade econômica em crise, que recai sobre os cofres da Prefeitura em meio a uma crise social acumulada e crescente. Quando os municípios, cidadãos, têm a urgência de sua solução, o Prefeito tem a função de realizar o fim do dilema cotidiano, de atender, com a urgência que precisa e merece, o seu povo sem infringir as normas e procedimentos legais pertinentes. Parabéns aos que acreditam que é preciso que alguém aceite o desafio, aos que não desanimam e enfrentam as dificuldades, denunciando as causas da crise, buscando novos caminhos a nível de receita e, em parceria com o seu povo, executam a política de eliminação das disparidades socais, proporcionando o desenvolvimento local e nacional.

Parabéns a todos os Prefeitos, na pessoa do seu Presidente Osmar Terra, parabéns a todos aqueles que acreditam no municipalismo do Brasil. Muito obrigada. 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador, no Grande Expediente, destinado a homenagear a FAMURS, é o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre Ver. Isaac Ainhorn; Exmo. Sr. Representante de S. Exa. Governador do Estado do Rio Grande do Sul e da Chefia da Casa Civil do Governo do Estado Dr. Gilberto Mussi; Caríssimo amigo e o primeiro Presidente Fundador da FAMURS Dr. Nagib Stella Elias, a quem conheci, ainda, como Prefeito da nossa querida Nova Prata. Ao saudar a Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social, eu espero que as lições que o Ver. Clovis Ilgenfritz proferiu há pouco possam produzir algum resultado, Sra. Marlova

Permito-me, além de saudar os ilustres integrantes da Mesa, fazer uma referência muito pessoal à presença no Plenário da Casa, também como homenageado, do Dr. Mário Davi Vanin, Digníssimo Prefeito Municipal de Caxias do Sul e da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste, juntamente com o Prefeito Municipal de São Pedro da Serra Sr. Paulo Valmir, Presidente da Associação dos Prefeitos do Vale do Rio Caí, me dão uma alegria especial, eis que, nos seus respectivos Municípios, representam a posição política que eu sustento, aqui, nesta Casa.

Srs. Vereadores, meus Senhores e minhas Senhoras, na nossa vida pública, alguns momentos são identificadores de tal sorte das nossas atividades que, delas, nós não conseguimos nos distanciar e nem nos dissociar ao longo do tempo.

Em 1978, em um Congresso Estadual realizado no Município de Pelotas, eu me vi eleito, naquela ocasião, Presidente da União dos Vereadores do Estado do Rio Grande do Sul. Posteriormente, Presidente Osmar Terra, na sua Cidade, Santa Rosa, no ano de 80, quando, no próspero Município, o ex-Deputado o meu ex-colega Antônio Carlos Borges, era reconduzido por mais dois anos para a direção da Entidade maior dos Vereadores do Rio Grande do Sul. Nestas circunstâncias, tendo sido por mais de 4 anos Presidente da UVERGS, tive o ensejo de ver várias atuações em conjunto com os dirigentes da FAMURS. Devo dizer que, neste período, na maior parte dele, o Presidente da FAMURS era o hoje Deputado Rubens Pillar, então Prefeito de Alegrete.

Sem nenhum demérito a qualquer outro pronunciamento, dizer que tenho condições plenas, Ver. João Dib, V. Exa. que juntamente com o Ver. Pedro Américo Leal me pede que falem também em seu nomes, de dizer que se alguma coisa me vincula à entidade homenageada é esse trabalho em comum que desenvolvemos durante um tempo e um período e a circunstância de que junto com Guilherme Social Villela e João Antônio Dib por um largo período, aqui, na cidade de Porto Alegre, estivemos envolvidos com os negócios desta cidade, ocasião em que eu aprendi com o meu querido amigo João Dib que o Prefeito nada mais é do que o administrador da escassez, uma vez que os problemas dos municípios só mudam de tamanho, de dimensão e de diversidade porque com as suas conotações próprias se assemelham entre si e têm a mesma expressão na vida de Nova Prata, na vida de Canguçu, na vida de Santa Rosa, na vida de Caxias do Sul, São Pedro da Serra, de Porto Alegre, de Pelotas, da minha Quaraí, do Alegrete e qualquer outro ponto do Rio Grande ou qualquer outro ponto do Brasil.

Todos nós já aprendemos que é no município que vive o cidadão, que vive o homem, que a pessoa humana se realiza e que é no chefe da comuna municipal que as angústias da cidade vão bater com freqüência amiúde, dado que ali, mais do que em qualquer lugar, a presença da autoridade constituída está presente e é sensível a todos aqueles que na sua dificuldade do cotidiano sente a necessidade de buscar no estado organizado a proteção e a resposta para a sua angústia. Por isso, uma entidade como esta que reúne as Associações de Prefeitos do Rio Grande do Sul e que completa 20 anos tem que ser devidamente saudada e uma Câmara de Vereadores da capital de um estado, uma Câmara que tem a seu favor a circunstância de existir antes da intendência do município, de existir antes que se estabelecesse a organização político-administrativa em nível executivo na cidade. A Câmara que foi há um tempo, nos seus primórdios, o próprio órgão executivo da cidade de Porto Alegre.

Então, Vanin, recebê-lo no dia de hoje é uma oportunidade que nós temos, não só de reafirmar a nossa convicção de que o municipalismo é a possibilidade mais concreta do país oferecer resposta às múltiplas necessidades da sua gente, é não só uma oportunidade de nós reafirmamos esse conceito, mas é muito mais, é uma oportunidade, Sr. Presidente, que nós afirmamos e reafirmamos de que todos nós que temos com a coisa pública em nível municipal responsabilidades. Os Senhores que dirigem, não só os seus municípios, como as entidades, as associações a que representam e nós, como legisladores, temos a responsabilidade de ser seus fiscais; severos, muitas vezes, compreensivos outras tantas, mas nunca omissos, nós que temos este tipo de atuação na vida pública dos nossos municípios não podemos nos omitir nessa hora e juntando esforços nos somarmos ao aplauso, o aplauso do regozijo dos 20 anos de atividades da FAMURS, 20 anos de produção, 20 anos de afirmações, 20 anos de conquistas. Seguramente, o Rio Grande do Sul deve muito à atuação da FAMURS. Muito obrigado. 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães, que falará pela Bancada PDT.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores; Exmo. Sr. Representante do Governador do Estado e da Casa Civil, Sr. Gilberto Mussi; Presidente Fundador da FAMURS, Dr. Osmar Terra, Prefeito de Santa Rosa; 10 Presidente fundador da FAMURS, Sr. Nagib Stella Elias; Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social, Sra. Marlova; Srs. Prefeito, ao comemorarmos aqui o 200 Aniversário da FAMURS, Federação dos Prefeitos, nada oportuno que se faça uma reflexão sobre o papel significativo que desempenha o município no conserto da Federação Brasileira.

Com muito acerto já se disse que o Brasil é uma federação de municípios, tal o papel político, econômico, administrativo e social que o município exerce no contexto da federação. Eu devo aqui confessar que sou um municipalista, sou um defensor do municipalismo porque um país como nosso que possuí 8 milhões de km2 é um país, meu caro Presidente Terra, que por mais aperfeiçoadas que sejam as instituições, pelo seu caráter de continente, organismos como a União e os estados sem a participação do município, por certo não empreenderiam os seus objetivos. A República tem efetivamente no município o seu alicerce básico.

Então, eu acho que a Federação Brasileira tem que passar por um processo de reformulação para que nós entreguemos ao município maiores competências porque o município, efetivamente, é aquela entidade estatal. O município ao meu entender e a partir da Constituição de 1988 deixa de ser um órgão para ser um poder. Hoje, o município é um poder da Federação. Nós temos a União, o estado e os municípios. O município é parte integrante da Federação Brasileira. Não se trata mais, como se dizia no passado, ser uma autarquia, não, hoje o município é um poder e é um poder que a nosso entender é o que reúne melhor as condições para a finalidade do bem comum e dos objetivos da Nação, da sociedade, por quê? Porque o município pela sua natureza é muito mais administrável. O município pela sua natureza é muito mais leve, é no município que se dá a vida, que se realiza o cotidiano porque o que existe é o município, já que a União e o Estado são ficções, o município, sim, este é concreto e real. Para um país com esta dimensão o passeio do dinheiro público é desaconselhável então, nós temos que reter nos municípios exatamente aquelas competências fundamentais, indiscutivelmente, a saúde, a educação, a reforma agrária, sim, porque é no município, é o Prefeito, efetivamente, quem conhece a realidade local.

Quando se homenageia a FAMURS, é um momento oportuno para se destacar o papel da importância do município. Receba a FAMURS que ocupa hoje no estado e no resto do país um papel importante, um papel, até diria, de vanguarda nas questões e lutas do estado do Rio Grande do Sul, nas diferentes reivindicações do estado. A FAMURS, hoje, ao completar 20 anos tem assinalados serviços na luta em prol do estado do Rio Grande do Sul. As suas Diretorias pelo labor permanente, pela dedicação dos seus Prefeitos a FAMURS hoje atinge o patamar e a posição que hoje goza, de ser ouvida nas diferentes instâncias, não só do estado como de resto do Rio Grande do Sul. Eu até chegaria a afirmar pelo conhecimento que se tem que a nossa Federação, a FAMURS, é indiscutivelmente aquela Federação mais importante do país, no conserto dos estados e não é puxar o assado para o nosso lado, não, é que talvez, a presença do gaúcho, a sua maneira aberta, larga de ser, talvez, tenha exatamente abertas a sendas. Hoje, a FAMURS é ouvida no estado e no país.

Com estas palavras rápidas, nós queremos homenagear a FAMURS, a sua diretoria dizendo que ela prossiga na sua luta porque é da sua luta que dependerá as melhores condições para as nossas comunas, para as nossas municipalidades. É da sua luta que o estado haverá, num momento difícil como vive - todos estamos atravessando dificuldades imensas -, está aí a questão da agricultura, a questão da pecuária, a questão da produção rural e o nosso estado por ser um estado produtor de produção primária está pagando um preço muito alto e aí ganha de expressão e de papel a nossa FAMURS.

Fica aqui a nossa homenagem, a nossa saudação e reiterar, aqui, que na Câmara Municipal é a Casa dos Vereadores porque o Legislativo é parte do município. O município é integrado com o Executivo onde está o Prefeito e dos Vereadores do Legislativo, então, somos uma mesma tecitura, apenas nos diferencia a especialização no trato da coisa pública. Fica, aqui, mais uma vez, a nossa saudação pelo 200 aniversário de fundação, de luta, de bravura da nossa FAMURS. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. José Valdir, que fala pela Bancada do PT, em tempo que lhe cede o Ver. Clovis Ilgenfritz.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais presentes a esta solenidade. (Cumprimenta os integrantes da Mesa.) Primeiro Presidente da FAMURS, Sr. Nagib Stella Elias, Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social, primeiro no CODIMAS – Conselho de Dirigentes Municipais de Assistência Social, na época representando a GRAMPAL na FAMURS, também, com nosso Presidente Osmar Terra e, posteriormente, Conselho Nacional de Assistência Social, nas conferências e com quem eu aprendi muito na questão da assistência social.

Inicialmente eu quero parabenizar a Vera. Clênia Maranhão pela iniciativa, porque esta iniciativa de homenagear uma Entidade do porte da FAMURS é extremamente oportuna. Oportuna no momento em que nós estamos vivendo uma crise nacional que se abate, obviamente, sobre os municípios. A maioria dos municípios hoje em processo de empobrecimento e não importa aqui indagar sobre as causas ou sobre o universo de causas que nos levaram a esta situação, certamente, tem a ver com as transformações político-econômico-sociais que o mundo inteiro atravessa e que o nosso País passou recentemente. Mas este é um processo que temos a obrigação e o dever e estamos lutando para deter este processo e que os municípios voltem a crescer. A FAMURS tem um papel fundamental e já vem desenvolvendo e cumprindo este papel nesta luta.

É oportuno que no momento em que, a partir da Constituição de 1988, obtivemos conquistas importantes em nível de estatuto jurídico dos municípios onde eles conquistaram, até diria, um poder. No momento em que conseguimos em diversas áreas, principalmente na área da educação, da saúde e da assistência social escrever na Constituição aquele conceito da municipalização. Este conceito da municipalização, como já foi colocado aqui por vários oradores que me antecederam, é extremamente importante. Nós que temos batalhado, a FAMURS que tem parte de participação nesse processo dessas conquistas, todos sabemos o que está por trás desse conceito, o que nós queremos efetivamente com este conceito da municipalização. Nós queremos que a municipalização seja um processo de descentralização política administrativa efetiva, um processo de democratização que traga as decisões para mais perto dos cidadãos, como foi dito aqui, o cidadão que está, que mora, que vive, que produz no município. Nós queremos que a municipalização tenha como resultado uma maior qualidade do serviço. Que a municipalização tenha como resultado uma maior qualidade do serviço público. Exatamente porque está mais perto do cidadão, sob o controle do cidadão. É um processo de racionalização. Nós temos certeza de que o município, como se tem dito aqui, tem condições de ter um processo melhor de fiscalização, popular, inclusive. Nós temos condições de gastar melhor. Nós temos condições de racionalizar os gastos públicos e sermos mais eficientes e prestarmos um serviço de qualidade.

Este conceito está amarrado com outras conquistas importantes que temos que arrancá-las daqui para frente. Ele é um conceito, segundo o meu ponto de vista, a municipalização, que ainda está em disputa e em construção para que a gente possa realizar efetivamente. Porque, se não a municipalização está em nossas cabeças, está em nossas mentes. O conceito que nós partilhamos, pode, se a luta não for prosseguida, sim, redundar num fracasso, e, em vez de termos efetiva municipalização nós temos uma prefeiturização de serviços com a desobrigação das outras esferas, estaduais, federais e assim por diante. Por isso, que é importante que gente tenha claro que este conceito deve ser trabalhado, no dia-a-dia, e é o papel dos prefeitos, independente, das siglas partidárias, é fundamental, para que a gente possa fazer com que a municipalização – principalmente nessas áreas – venha acompanhada de recursos, acompanhada da constituição dos fundos nos municípios e estados. Esta municipalização venha através de um processo de publicitação, eu diria até, dos recursos públicos para que toda a população possa acompanhar o processo. Só assim nós vamos fazer com que esta bandeira que nós levamos muito tempo construindo, e avançamos e conseguimos escrever esses conceitos todos na Constituição e em várias leis complementares como a LOAS, no caso da assistência social, a Lei Orgânica da Assistência Social, a saúde também. Que esses conceitos, efetivamente, se transformem naquilo que a gente esperava quando se batalhou para que eles passassem a integrar o conjunto das nossas leis e da própria Constituição. Eu tenho certeza de que esta é uma luta que temos que levar, todos nós, mas o papel dos prefeitos que é quem sentem o problema no dia-a-dia é fundamental. E o papel da FAMURS é um papel que já foi fundamental para se conquistar o patamar que temos hoje e continua fundamental para que a gente possa, agora, consolidar estas conquistas, na prática.

Quero saudar os vinte anos da FAMURS e dizer que nós, realmente, queremos transformar aquelas conquistas que já obtivemos em conquistas reais e duradouras, que signifiquem um avanço, um processo e não um retrocesso, depende muito de nós contarmos, e tenho certeza que contaremos, com o empenho, a participação e a garra, a bravura como bem disse o Ver. Elói Guimarães, da FAMURS. Muito obrigado e parabéns pelos vinte anos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós, neste momento, temos a satisfação de passar a palavra ao Presidente da FAMURS.

 

O SR. OSMAR TERRA: Excelentíssimo Senhor Presidente Câmara Municipal, Ver. Isaac Ainhorn, Srs. Vereadores. (Saúda os demais integrantes da Mesa.) Prezada Vera. Clênia Maranhão, autora da proposição que nos dá esta grande oportunidade de participarmos de uma Sessão na Câmara Municipal de Porto Alegre no dia, no momento em que se comemoram os vinte anos da nossa Entidade, da FAMURS; Prezado Prefeito, sempre Prefeito, Nagib Stella Elias, fundador da nossa Entidade. Esta Entidade que procuramos, todos, a cada gestão, ampliar, estruturar melhor e honrar o compromisso da iniciativa, o pioneirismo do nosso Nagib Elias, quando Prefeito de Nova Prata. Eu gostaria de aproveitar a oportunidade e fazer uma homenagem especial, citando o Aldemiro Borges que é ex-presidente da FAMURS, que está nos dando a honra de colaborar conosco na administração da FAMURS. Saúdo a Marlova e dizer que ela é a nossa colaboradora, é responsável pela área de assistência social e como tal ela foi indicada para o Conselho Nacional de Assistência Social, e nesta condição foi guindada, por sua competência, a Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social. A presença da Marlova dá uma amostra do quadro qualificado que nós temos, hoje, na estrutura da FAMURS. A responsável pelo setor de assistência social já é a Presidenta do Conselho Nacional de Assistência Social, presidindo todas as políticas públicas na área da assistência social de todo o País.

Nós temos, efetivamente, e eu tenho muito orgulho de dizer isso: a FAMURS – a Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, que começou lá com Nagib Elias e hoje é a Entidade mais qualificada, mais bem estruturada, com melhores serviços prestados em nível nacional. E dentro deste quadro qualificado nós temos a presença da Arita Bergmann que é a responsável da área da saúde. Eu considero a Arita a pessoa que mais entende de municipalização da saúde, no País, e nos dá esta colaboração muito importante. A Mariza Timm que foi importantíssima da formulação da própria política do Estado, hoje, na área de educação e na formulação nacional – embora em Brasília tenhamos muitos interlocutores e Ministros que nos recebem e nos escutam, apesar do Ministro do Planejamento ser uma pessoa que não tenha a menor sensibilidade para as questões federativas e econômicas e políticas, mas nós temos um gaúcho no Ministério da Educação – Ministro Paulo Renato que tem uma enorme  sensibilidade e ouviu a FAMURS para toda a montagem da política de educação que está sendo testada, hoje, em nível de Governo Federal.

Então a FAMURS, efetivamente, através desses quadros qualificados que possui, tem interferido na política não só do Estado, através dos conselhos, mas ela participa de todos os conselhos do Estado: saúde, assistência social, da criança e do adolescente. Todos têm a presença marcante da FAMURS através de seus prefeitos  que estão aqui presentes, um elenco qualificado de prefeitos e que mostra o poder de interferência e o respeito que detêm a entidade. Isso não é uma coisa que dependa do presidente da entidade, mas, sim, da sua trajetória, da sua história. Era uma entidade que tinha dois funcionários e hoje tem corpo qualificado, dezenas de funcionários prestando um maravilhoso serviço ao municipalismo. Eu queria, citando esta história da FAMURS, citar que entre o nosso quadro de colaboradores está a Dra. Mercedes Rodrigues, que é a nossa assessora jurídica, figura conhecida e notável aqui do Estado. José Hugo Ramos que é também o nosso articulador – estratégico em termos de política na FAMURS e outros. Existe um quadro amplo de funcionários qualificados que prestam grande serviço.

Gostaria de dizer que a FAMURS, pela sua qualificação e pelo prestígio que tem em nível nacional, foi a São Paulo numa reunião de todas as federações para eleger a confederação nacional dos municípios de São Paulo, na sede da Associação Paulista de Municípios, com candidato a presidente já feito toda a campanha da Associação Paulista e ela foi ao debate e virou o jogo, colocou um presidente nacional da confederação, o Prefeito de Cacique, Júlio Almeida que era o nosso presidente anterior da FAMURS. Isso é mérito do respeito que o conjunto das Federações do Brasil têm em relação à FAMURS. Nós conseguimos ganhar dos paulistas em São Paulo e isso acho que é um fato inédito.

Então a FAMURS tem esta história, esta trajetória que começou lá com Nagib e que procuramos continuar. A FAMURS hoje tem um papel importante na efetivação das políticas públicas. Nós não vamos ter política pública funcionando sem a participação dos municípios. Acho que o valor que adquiriu os municípios com o que foi colocado na Constituição de 1988, se manifesta através da execução, lá na ponta, da política pública. Sem os municípios, sem o interesse dos prefeitos não haveria o mínimo de qualidade em termos de política na área de educação para o primeiro grau. Não haveria o mínimo de efetivação da política na área da saúde. Particularmente não haveria nenhuma execução na parte da criança e do adolescente. Os nossos conselhos tutelares não existiriam se não fossem os municípios. Tudo que foi de avanço na Constituição, tudo o que foi importante criado na área da cidadania nesses últimos anos, neste País, não existiriam se não fosse uma ação decidida das administrações municipais. Acho que o Ver. José Valdir colocou com propriedade as questões que dizem respeito aos avanços na área da assistência social. Tudo isso foram decisões, iniciativas que passaram pelos municípios. A Marlova desencadeou este processo da Conferência Nacional de Ação Social e teve um acompanhamento em todo o País em relação ao trabalho feito pelo Conselho Nacional de Assistente Social.

Então, existe avanço na área mas os municípios estão sem recursos e não conseguem realizar investimentos importantes porque têm muitas atribuições, estão muitos sobrecarregados, e o prefeito é aquele que não pode dizer não. Se diz não o faz com enorme desgaste. O Governo Federal pode passar algumas coisas para o Governo Estadual e este com dificuldades, como estamos vendo aí, passa coisas para o município e o prefeito não tem para quem passar. O prefeito tem que tomar alguma atitude, são mais gatos e a receita não acompanha. Por isso que a FAMURS, junto com a Confederação Nacional dos Municípios defende, hoje - este é um momento de comemoração mas eu vou fazer uma reivindicação que eu acho que a Câmara pode nos acompanhar e a Prefeitura de Porto Alegre tem participado ativamente, inclusive o Prefeito Tarso Genro nos mandou uma correspondência, dizendo que não podia estar presente hoje mas tem sido um companheiro em todas as atividades da FAMURS – e este é o grande momento de se fazer, efetivamente, uma democratização e uma reforma tributária neste País. Remontar o pacto federativo. Nós não temos, hoje, um pacto federativo no País. Nós temos um aumento das nossas despesas, das nossas atribuições e temos lá, congelada, uma fatia, que em relação aos outros países, é uma fatia muito pequena do bolo tributário. Japão trabalha com 70% do bolo tributários nos municípios. Os Estados Unidos 40% do bolo tributário ficam nos municípios. E no Brasil não chega a 19% da fatia do bolo que fica com os municípios, e com todas as atribuições que temos. Nós não nos incomodamos de assumir outras atribuições, inclusive, até a questão da reforma agrária estamos dispostos a discutir. Acho que nos municípios que se pode encontrar soluções criativas, pois se conhece as pessoas e os problemas com mais profundidade. Mas nós temos que ter isso acompanhado com uma redistribuição do bolo tributário. Isso é importante para os Vereadores de Porto Alegre, Santa Rosa, Canguçu, Nova Prata, Sobradinho, Caxias enfim de todos os municípios que precisam e têm que ter o direito a uma condição melhor de atendimento a sua comunidade.

Sr. Presidente, nós defendemos a bandeira de um terço do bolo tributário para os municípios. É um cálculo muito simples: um terço, um terço, um terço. Hoje o Governo Federal fica com a parte do leão. Ele fica com mais da metade de todo o bolo tributário, e a resposta que ele dá é muito pequena. A resposta que ele tem dado é extinguir entidades, por exemplo, na área social. A LBA foi extinta e no seu lugar foi feita uma política, ainda, muito incipiente para o atendimento na área social o que obriga os municípios a tirar dos seus recursos para garantir a creche, o asilo dos velhos, a APAE, garantir o funcionamento das entidades básicas que nós não podemos fechar as portas.

Então, nós precisamos desse um terço e definir o pacto federativo. O que o Município vai fazer? O que que o Estado vai fazer? O que que o Governo Federal vai fazer? Sem isso nós não temos condições de pensar um futuro melhor para o cidadão que vive no município. A relação é direta. O município tendo condições a vida das pessoas melhora. O município não tendo condições a qualidade da vida das pessoas pioram.

Nós queremos agradecer em nome dos prefeitos do Rio Grande do Sul, porque nos sentimos muito honrados com esta homenagem. Queremos agradecer ao Presidente Isaac Ainhorn e em nome deles a todos os Vereadores de Porto Alegre. Agradecer a Vera. Clênia Maranhão pela deferência e dizer que nós nos sentimos muito honrados de estar aqui hoje e dizer que este trabalho de reconhecimento e de parcerias com as Câmara de Vereadores é um trabalho fundamental para o exercício da cidadania. Só assim vamos construir um País melhor.

Quero, ainda, agradecer à Câmara de Porto Alegre que, há dez anos atrás, reconheceu a FAMURS como entidade, como instituição de utilidade pública que nos permitiu, também, gerir e ter uma gestão mais adequada de nossa entidade, diminuindo encargos que tínhamos Muito obrigado pela homenagem, obrigado a todos vocês e esta parceria tem que continuar pelo bem de nosso País e do Rio Grande do Sul, por cada cidadão que habita neste Estado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós agradecemos, mais uma vez, a presença do Presidente da FAMURS; a honra de termos recebido os Prefeitos; as autoridades que vieram prestigiar este ato, dizer da satisfação que teve a Câmara de Vereadores em prestar esta homenagem à FAMURS, por toda a sua história, desde o seu fundador, que honra esta Casa com a sua presença, Sr. Nagib Stella Elias. A iniciativa da Vera. Clênia Maranhão representou uma iniciativa que integrou a Câmara Municipal da Capital do Estado nas comemorações relativas aos vinte anos da FAMURS. Agradecemos a todos, em especial ao Presidente da FAMURS, querido amigo Osmar Terra e às demais autoridades.

 Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h44min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli - às 15h53min): Estão reabertos os trabalhos.

O Sr. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Às 11h30min de hoje no Diretório Metropolitano do Partido Progressista Brasileiro, a Deputada Maria do Carmo Bueno aceitou concorrer à Prefeitura de Porto Alegre no próximo pleito, dia 03 de outubro. Ontem à noite numa reunião que participávamos, o Ver. Pedro Américo Leal e eu, nós nos sentíamos profundamente orgulhosos quando a Deputada Maria do Carmo Bueno afirmava que gostaria que a sua primeira visita como pré-candidata fosse feita à Câmara Municipal. Hoje, quando se iniciava a Sessão, praticamente, acertado por ela e a Bancada do PPB de que faria a visita, a presença da homenagem à FAMURS tornou inviável. Mas ela pretende, talvez na próxima sexta-feira, fazer uma visita pela manhã e dizer do seu entusiasmo que ela tem apresentado ao longo de toda a sua vida, pensamos que faremos uma campanha vitoriosa. Ontem ela nos informava que a pressão popular, que o movimento das mulheres desta cidade, deste estado, que a juventude do PPB, foram fatos predominantes para que ela concluísse pela aceitação de sua candidatura à Prefeitura de Porto Alegre. É claro que ela terá o apoio de todos aqueles que estão no seu partido e que, no passado, fizeram parte da administração desta cidade e que a conhecem profundamente. Nós pretendemos fazer uma campanha correta, sem agressões, sem sermos agredidos, para que Porto Alegre veja a eleição como uma festa cívica, onde se escolherá o melhor para a realização do bem-comum na Capital Porto-alegrense. Nós esperamos que o melhor, o mais votado, o nome mais certo, seja Maria do Carmo Bueno. Muito obrigado. 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Na qualidade de Presidente, neste momento, quero dizer a V. Exa., Ver. João Dib, que todos os candidatos a Prefeito do Município de Porto Alegre serão muito bem-vindos a esta Casa. Portanto, transmita à Deputada Maria do Carmo que nos sentiremos honrados com a presença da mesma a esta Casa. Queremos deixar registrado nos Anais da Casa que o Prefeito de Vila Nova do Sul, João Nomir Seira de Moraes, fez-se presente na Sessão em homenagem aos vinte anos da FAMURS.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Traz a Bancada do PC do B o debate de um importante problema nacional que é a nova lei das patentes, verdadeira submissão neocolonial. No último dia 14, o Presidente Fernando Cardoso sancionou a nova lei de patentes, verdadeiro monumento à irresponsabilidade e ao entreguismo neste País. Sua promulgação conclui mais um capítulo vergonhoso de nossa história, que começa em abril de 1991, quando o então governo Collor enviou para o Congresso seu projeto de Lei de Patentes, tradução direta de uma minuta elaborada pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual – OMPI – órgão controlado pelas grandes potências capitalistas.

Contrariamente à imagem de pirataria que a mídia vendida tenta impor ao Brasil, fomos o quarto país no mundo a estabelecer a proteção dos direitos do inventor, no alvará de 1809, promulgado pelo então Príncipe Regente e, depois, consagrado na Constituição de 1824. Fomos um dos onze signatários originais da Convenção de Paris, em 1883, e co-autores da Convenção de Berna, em 1886, ao contrário dos Estados Unidos, hoje, paladino do direito das patentes que negou-se a assinar tanto a Convenção de Paris, como a de Berna, denunciando-as como restritivas ao seu progresso. Em 1919 a Inglaterra suspendeu o reconhecimento de patentes para fortalecer a sua indústria, só voltando a fazê-lo em 1949. A França só reconheceu patentes para produtos farmacêuticos em 1992. Todos, somente depois de haverem consolidado a sua própria indústria.

Em 1981, quando em Nairóbi a Convenção de Paris foi revista, favoravelmente, aos países em desenvolvimento, os Estados Unidos e o Japão recusaram-se a referendar as decisões ali tomadas. E, quando a ECO-92, no Rio de Janeiro, aprovou a Convenção Internacional sobre Diversidade Biológica, com salvaguardas para os países pobres, detentores de estoques genéticos em estado natural, os Estados Unidos recusaram-se a assiná-la, alegando que as cláusulas que prevêem transferências de tecnologia são contrárias aos seus interesses.

Só os ingênuos não percebem, na questão das patentes, quem são os piratas e quem são, mais uma vez, os esfolados. Quais são as grandes traições ao futuro na nação, contidas nesta lei? Primeiro, a lei sancionada reconhece as patentes sobre microorganismos vivos, portanto, sobre a própria vida, obtidos por manipulação genética. Lembre-se que, em 1995, o Parlamento Europeu rejeitou o patenteamento de invenções biotecnológicas e que nesse mesmo ano o próprio governo norte-americano criou uma comissão especial de alto nível para reestudar o patenteamento de formas de vida, inclusive de microorganismos; segundo, a lei sancionada admite o chamado “pike line”, ou seja, o reconhecimento de patentes registradas anteriormente no exterior, mesmo que não sejam novidades e que já sejam de domínio público no Brasil – registre-se que em todo o mundo, só o México, apêndice da economia norte-americana, e o Chile, excluído o setor farmacêutico, aceitaram esta aberração jurídica, contrária à Convenção de Paris.

Na rodada Uruguai do Gate o tema sugerido pelos Estados Unidos foi retirado das negociações por consenso, estabelecendo-se de que não haverá obrigação de restabelecer proteção para a matéria, na data da aplicação deste acordo que tenha caído em domínio público. A lei sancionada retira a exigência da produção local, permitindo ao proprietário do invento registrar a patente apenas para impedir que outros o produzam, ou seja, registrar a patente, recebe uma reserva de mercado que os neoliberais dizem combater e não precisa produzir nada no Brasil. Basta, para isso, alegar a inviabilidade da produção local em condições competitivas. Isso condena o Brasil a ser um mero importador dos produtos patenteados e um claro retorno ao estatuto colonial. O que é pior, proíbe a exportação dos produtos patenteados produzidos no Brasil e, no caso de não haver produção local, a livre importação de outros países, ou seja, dá ao dono da patente o controle absoluto sobre os produtores que ele licenciou e sobre o País. Chega-se ao absurdo de uma empresa, pelo simples expediente de registrar uma patente, poder garantir o monopólio da sua exportação para o Brasil, por vinte anos. Onde fica a tão proclamada livre concorrência, apregoada pelos neoliberais? Isso foi assinado, apesar da Convenção de Paris, com cem anos de vigência, considerar a falta de exploração local como abuso de direito de patente, passivo de punição com a cassação da patente.

Apesar da rodada Uruguai do Gate haver sugerido uma carência de quatro anos, a partir de 1995, para patentes de processo e nove anos para patentes de produtos, a lei brasileira, entre aspas e com “z”, abriu mão desse prazo, estipulando a sua imediata entrada em vigor.

Por fim, na esteira da fúria anti-regulamentadora/neoliberal, o estado brasileiro abriu mão de sua soberania contra o controle da importação de tecnologia. Os contratos não mais serão analisados pelo INPI que passará, simplesmente, a registrá-los como vontade das partes, mesmo que contenham cláusulas abusivas. Junto com a venda de tecnologia, as empresas estrangeiras poderão obrigar as empresas brasileiras a comprar insumos diretamente do fornecedor de tecnologia ou em fontes por estes definidas ou delimitar as áreas em que o mesmo será vendido, inclusive no território nacional. Por tudo isso, o PC do B que desde o primeiro dia combateu esse projeto obscurantista e anti-nacional denuncia e repudia a sua promulgação pelo governo FHC, traidor da Pátria.

Concluímos com as palavras do Professor Batista Vidal, da Universidade de Brasília: “A patente é uma reserva de mercado monopólica de âmbito mundial. É uma prática medieval, embora naquela época se aplicasse aos feudos e não ao mundo. Hoje se pretende aplicá-la ao mundo. É um poder incomensurável, é um poder de destruição de monopólio e de reserva de mercado. Hediondo para o lado fraco, mas extremamente vantajoso para o lado forte. Esta lei nos coloca na República Velha. Ela fecha as portas do Brasil a terceira revolução industrial.  Muito obrigado. 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Wilton Araújo transfere seu tempo ao Ver. Milton Zuanazzi.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Agradeço o Ver. Wilton Araújo pelo tempo cedido. Hoje pela manhã, por volta das 11h eu visitei uma escola a convite da comunidade da Estrada da Extrema, no Lami. Na Escola Estadual de  10 Grau Incompleto Heitor Villa Lobos, no mês de janeiro, caiu o forro. Por sorte eram férias. Foi interditada. Para que as crianças não ficassem sem escola no início do ano letivo a AVIPAL, unidade seis, emprestou uma espécie de galpão, com chão batido, onde foi colocado uma brita; as salas de aula foram divididas com plástico fino, até a altura dos olhos. As professoras não conseguem lecionar porque as vozes de uma sala de aula impede a outra. Há quatro turmas. A ASSEC abriu licitação, venceu a Empresa Cristófoli. A empresa foi lá tirou o telhado e desapareceu do local. Procurados pela comunidade a empresa alegou que não pode trabalhar sem receber. Faz três meses que o Governo do Estado não passa um centavo. Conforme a comunidade, perguntando quanto precisavam receber para reiniciar a obra, a empresa respondeu quatro mil reais.

As crianças estão num local inapropriado para a sala de aula, embora seja provisório. Elas estão numa situação pior do que as galinhas da AVIPAL porque nem luz elétrica há. Eu não estou criticando a AVIPAL. Nesse aspecto a AVIPAL foi solícita, pois emprestou sua instalação. As professoras elogiaram o gerente local, o qual tem sido o mais solícito possível para aquelas crianças estudarem. Se for verdade que a empreiteira Cristófoli não está trabalhando por causa de quatro mil reais, nós temos que pedir a intervenção federal no Estado, porque o Estado não tem quatro mil reais para pagar a empreiteira para fazer um telhado.

O que está preocupando as mães, a comunidade, as professoras, é que está chegando o inverno. Não há paredes laterais, é aberto, foi fechado com plástico, não há piso, é chão batido. Meu pronunciamento é no sentido de alerta. Alguma coisa não deve estar certa.

Estou entrando com pedido de indicação na Secretaria de Obras para resolver esse problema. As professoras estão dando aula sem condições pedagógicas. Elas foram claras: “olha é impossível dar aula porque uma turma ouve a voz da outra”. A esculhambação é total. Não há como manter ordem na sala de aula. Se esta Casa, se esta tribuna tem alguma repercussão fora, acredito que este pronunciamento possa agilizar a solução, porque o problema é pequeno, é o forro que caiu. É um serviço pequeno. A escola que existe é de alvenaria, é boa, num bom terreno, num bom espaço físico. É o forro que caiu, com parte do seu telhado, graças a Deus no mês de janeiro, quando não tinha ninguém estudando. Se tivesse caído em março poderia ter acontecido uma tragédia. A minha vinda à tribuna é um apelo para que o governo do estado agilize este procedimento a fim de que a entrada do inverno não pegue essas crianças completamente improvisadas, estudando num local inadequado à educação pública. Muito obrigado. 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito no Grande Expediente, Ver. Airto Ferronato. Ausente. Ver. Antonio Hohlfeldt. Ausente. Encerramos o Grande Expediente.

Concedemos Liderança para o PT, Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu pensei muito ao fazer esta denúncia, porque poderia ser confundida como uma denúncia em causa própria. Na verdade, eu quero me somar aos diversos pronunciamentos do Ver. Luiz Negrinho, desta tribuna,  sobre a questão da segurança. Eu e minha família que nunca tínhamos sofrido um assalto, de setembro para cá já sofremos três assaltos. Dia 29 de setembro fui assaltado na free-way – naquele mesmo dia em que assaltaram vários. Recentemente, no dia da nossa plenária do PT, a minha esposa e a minha filha foram assaltadas dentro do T1, na Divinéia; dia 17, sexta-feira passada, lá pela meia-hora, quando o meu piá saía para ir ao Colégio Parobé foi assaltado dentro da vila, na esquina da Rua Guido Alberto Verlang com a Neném Portaleti. Eram dois os assaltantes, um era o Fabiano de Abreu Crescêncio, de 19 anos; o outro, o Nandinho. O Fabiano foi imobilizado pelo meu piá e pela minha mulher; o outro correu, levando o relógio e o tênis. A polícia foi chamada. Ele foi levado para a 22a Delegacia que não quis lavrar o flagrante e mandou para a área judiciária. Passou a tarde de sexta-feira fazendo o flagrante. Ele ficou lá. Segundo informação obtida mais tarde ele foi encaminhado ao Presídio Central. Ficou lá dia 17 e nas primeiras horas da manhã foi solto.

Enquanto isso, o Nandinho, que é chefe da gangue g-7 ou b-7 de Alvorada, mais o pai e a irmã do assaltante que estava preso, foram na minha casa, a pretexto de devolver o relógio roubado, ameaçar de morte o meu filho e a minha família. De noite foi, novamente, o pai, com um séquito mais ampliado, fazer a mesma ameaça à família quando eu não estava em casa. Segundo informações, essa gangue é composta de vinte pessoas. (...) estava na área judiciária. Não tinha nada a ver uma coisa com a outra. Ontem fui até a Delegacia. Primeiro, quiseram me cantar a mesma pedra, dizendo que não podia fazer o registro. Quando insisti, muito a contragosto foi feito o flagrante, mas já dizendo que não iam fazer nada, embora o assaltante seja maior de idade, tenha nome e endereço. A gangue é conhecida, tem o endereço das pessoas na Vila Santa Clara, que infernizam a vida na Vila Nova Gleba. Não é o primeiro assalto lá. A polícia alega que não pode fazer nada, ali da 22a. O Judiciário, pelas leis, é complicado embora tenha o endereço, tenha testemunhas. Um dos assaltantes foi detido pela vítima e foi preso em flagrante. Tem todos os elementos na mão e não pode fazer nada. Aí, realmente, Ver. Luiz Negrinho, entendo a sua preocupação, o seu desespero, e venho aqui me somar. Nós, nesta Casa, temos que, urgentemente, tomar uma posição mais ofensiva, porque está acontecendo em toda a Cidade essa situação. Muito obrigado.   

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Aproveitando a presença de três membros da Mesa e do Presidente da Casa, Isaac Ainhorn, proponho que haja um posicionamento da Casa, através da Mesa Diretora. Já são dois Vereadores desta Casa com ameaça de gangue, pessoais. É preciso que haja uma movimentação e proponho que procuremos a Secretaria da Segurança Pública, em nome da nossa Casa, para que haja alguma medida efetiva. 

 

O SR. PRESIDENTE: A preocupação de V. Exa. é a de todos nós. Em resposta, quero dizer que a Casa deve se mobilizar, sim. Mas a questão colocada pelo Ver. José Valdir não diz respeito ao policiamento. A polícia fez o seu papel, fez o seu trabalho. Quem tem o poder de prender e de soltar é a Justiça. O elemento foi detido, foi lavrado o flagrante, ele foi para o presídio. No outro dia, ele saiu para rua, foi a Justiça que soltou, não foi a polícia. Às vezes as pessoas confundem o trabalho da polícia e o Justiça.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Um foi preso, o outro, que está, inclusive, com os objetos roubados, tem nome, endereço, é chefe de uma gangue. Em relação ao primeiro, que foi preso, concordo com V. Exa., mas em relação ao outro, a polícia sabe nome, endereço. Não está sendo feito absolutamente nada. Essa gangue anda infernizando a redondeza, não é a primeira vez.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não iria, na tarde de hoje, usar a tribuna, mas venho parabenizar o Ver. José Valdir pela sua coragem de vir à tribuna e denunciar as gangues que estão soltas na cidade. A nossa segurança nada faz. Quero relembrar um fato: numa oportunidade, na Riachuelo com a José Inácio, um trombadinha, ou melhor, um trombadão tirou os óculos pela janela, e eu, descalço, de bermuda e de camiseta de física, corri todo o Centro de Porto Alegre atrás do trombadão. Na Gal. Vitorino consegui pegá-lo, derrubei-o ao e o segurei. Naquele momento, dois PMs chegaram e nos juntaram porque, naquelas alturas, eram dois vagabundos que estavam brigando.

Depois que me identifiquei, levamos o assaltante, o trombadão para a Delegacia, na Demétrio Ribeiro. Fizemos a ocorrência. Isso foi numa quarta, quinta-feira. Uma semana depois, naquele mesmo local, avistei aquele trombadão, porque ali é o local de trabalho dele. É aquela sinaleira onde as pessoas param, onde eles tiram relógio, correntinha, óculos. É ali nos cursinhos, na José Inácio com a Riachuelo. Não tenho mais essa preocupação de que a polícia prende, solta, porque hoje tudo está no mesmo saco. O que acontece na Cruzeiro, não vamos fazer demagogia, todo o mundo sabe. A gente não sabe quem é polícia, quem é bandido. Basta entrar na madrugada lá, ver os “Tempra” parados nos acessos. O que estão fazendo lá? Prendendo bandidos? Não, estão indo buscar a sua parte, todos sabem disso. Só que, infelizmente, o nosso Secretário é incompetente, porque no período em que vão para essas avenidas à noite atacar os carros e acontece o fato que aconteceu comigo é muito bom, muito bonito na imprensa. E na vila, à tarde, à noite, ou durante o dia eles não vão. E é lá que está acontecendo isso.

Agora vem esse plano do governo, o PDV, 50% dos que aderiram foram policiais militares e professores. Não sei onde vamos parar. O brigadiano está saindo. Antigamente era difícil o brigadiano sair. Agora veio essa oportunidade, quase 3.000 brigadianos saíram e não sei como vai ficar a nossa segurança.

Falei a respeito do assalto que presenciei na sexta-feira e prometi trazer, juntar os pedaços da caixa de correspondência, que é grande, de ferro, onde foi colocado um rojão de foguete, não sei como fizeram aquilo, explodiu às 3 da manhã. A situação está assim. Só vamos lamentar amanhã quando aparecer alguém com um tiro, uma facada. Mas aí já é tarde, já aconteceu. Ninguém traz uma vida de volta. A hora de se fazer é agora. Já foi solicitado, já pediram à Mesa. Já solicitei, e vou fazer de público, uma reunião de Mesa para que a gente tome uma providência, chame o Secretário, se for o caso para tentar reduzir os índices de criminalidade nesta cidade.

No Cristal continua a mesma coisa. Não foi feito absolutamente nada. Comentava com o Ver. Guilherme Barbosa que antigamente eu tinha o prazer de sair da minha casa, no meio da vila, e ir ao armazém jogar um “snooker”, tomar um chimarrão até 20, 21 horas na calçada. Hoje, se eu fizer isso, sou um herói, não é possível ficar na rua. Precisamos fazer alguma coisa. Muito obrigado.    

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Nós pretendemos, na semana que vem, ter uma audiência do conjunto dos Vereadores desta Casa com o Secretário da Segurança.

Em relação à questão da segurança pública em Porto Alegre, pretendemos tomar providências muito fortes, inclusive solicitando a declaração de calamidade pública na Cidade, tal a gravidade dos fatos que estão acontecendo. Nós, embora constitucionalmente não somos responsáveis diretamente pela segurança, do ponto de vista legal, como Vereadores, a nós é que essas questões chegam. O problema vem sendo cobrado pelos Srs. Vereadores e, no entanto, não tem havido uma resposta.

Pretendemos reunir as Lideranças da Casa. Consulto os Vereadores, Ver. Pedro Américo Leal, que tem uma larga atuação na questão da segurança pública, histórica, todos os Vereadores, para marcamos uma audiência num primeiro momento com o Sr. Secretário da Segurança, transmitindo a inquietação e manifestando, caso não vierem soluções rápidas e imediatas, porque os depoimentos de que temos conhecimento são de uma verdadeira calamidade pública na área de segurança na Cidade, só, talvez superado pelo que vive hoje o eixo Rio-São Paulo. Era essa informação que tínhamos.    

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Gostaria de acrescentar alguma coisa dentro desse tema. A minha família ... (inaudível) ... um cidadão bateu na porta de entrada, dizendo que era do Conselho Tutelar, ficou por quase duas horas, querendo entrar, ameaçando o meu filho, mas foi ameaçado de prisão, morte, inclusive citando nomes de alguns amigos. Fomos a polícia, fizemos denúncia. Isso está acontecendo de uma forma sistemática. Isso tem perturbado bastante a família porque o caso ficou sem identificação nenhuma, o nome da pessoa não era o que dizia, e assim por diante. 

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece.

Informamos que a presente Sessão está sendo gravada, na sala da taquigrafia.

Com a palavra o Ver. José Valdir. Sr. Pedro Américo Leal..

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): V. Exa. pode contar comigo para comparecer junto ao Secretário de Segurança, pelo que vejo estamos sendo ameaçados e temos que tomar posição. Conte comigo para que eu argumente para que ele dê providências para serem tomadas, é muito sério.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Está marcada alguma reunião com o Secretário de Segurança?

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos, a partir desses fatos, marcar uma audiência com Secretário de Segurança. Poderíamos também mandar um convite ao Secretário para o seu comparecimento a esta Casa. 

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu acho muito aconselhável, teria repercussão.

 

O SR. PRESIDENTE: Até sexta-feira estabeleceremos uma posição formal de todos os Vereadores da Casa. Temos dois encaminhamentos, o primeiro seria no gabinete do Secretário, a segunda seria um convite ao Secretário.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu tenho a impressão de que, diante dos fatos que estão se avolumando, seria melhor chamarmos o Secretário de Segurança ao Plenário desta Casa. Temos convidado tantas autoridades, por que não convidarmos ele diante a gravidade da situação?

 

O SR. PRESIDENTE: A sua opinião será levada em conta, com muito respeito e peso.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Gostaria de registrar o comportamento irrepreensível da Brigada Militar no episódio que me envolveu, eles foram extremamente competentes e solícitos. Destaco a atuação do soldado Padilha que esteve no local.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o tempo em que estamos vivendo nesta Sessão da Câmara é o Grande Expediente. Não estou entendendo porque não tem continuidade, e os debates se fazem paralelamente.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebeu a informação de que todos os Vereadores já tinham falado. Os que não falaram foram chamados e declarados ausentes. Isso após as homenagens a FAMURS.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu quero saber, já que a Prefeitura está com o seu serviço paralisado, a Câmara está em greve parcial, nós vamos tratar ou não do problema da paralisação dos servidores municipais, acho que esta Câmara tem a responsabilidade e o dever de tratar já que, hoje pela manhã, eu como Presidente da Comissão que trata do assunto, estive reunido com o relator para que amanhã nós possamos apresentar o relatório. Eu acho que deveria haver um debate.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, V. Exa. faça um Requerimento que o Plenário da Casa avaliará. V. Exa. sabe que, paralelamente, há várias tratativas, uma delas é uma Comissão Externa presidida por V. Exa., outra em relação a Casa, ontem pela manhã, esta Presidência teve contato oficial com o SINDICÂMARA, com os funcionários, portanto, se V. Exa. deseje se manifestar sobre o tema use  os tempos que V. Exa. dispõe. O Grande Expediente já foi encerrado, havia uma manifestação de Liderança em relação a questão trazida pelo Ver. José Valdir e Luiz Negrinho, agora estamos ouvindo algumas considerações frente a uma proposta feita por esta Presidência.  

 

O SR. JOÃO DIB: Eu queria tratar da segurança dos Servidores Municipais.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Este Vereador presidiu os trabalhos, chamou os dois inscrito no Grande Expediente, pela ordem, Ver. Airto Ferronato e Ver. Antonio Hohlfeldt, ambos ausentes do Plenário, encerrei o Grande Expediente, e concedi Liderança, em primeiro lugar, ao Ver. José Valdir, e posteriormente, ao Ver. Luiz Negrinho, e os debates que se sucederam foram em razão das duas posições desses dois Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece.

 

O SR. MÁRIO FRAGA (Questão de Ordem): Como o assunto da violência é tão importante, eu gostaria da idéia de irmos ao Secretário de Segurança, sem esperar uma data para marcar, mesmo porque eu já sofri dois atentados nesse mandato e agora, em Belém Novo, estão querendo tirar o posto da Brigada Militar, com todos esses assaltos da periferia.

  

O SR. PRESIDENTE: Essas tratativas serão feitas imediatamente. Acredito que a sua idéia seja prioritária até porque a Mesa encontra-se em tratativas para, no final desse mês, realizar a jornada com Governo do Estado, Câmara dos Vereadores sobre a matéria de competência do Estado que é a questão da segurança pública como uma das questões prioritária.

 

O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Gostaria de colocar que o fundamental é urgência, porque trata-se de uma ameaça de morte a um familiar de um Vereador, se for possível que o Secretário esteja na sexta-feira aqui, se não for possível que a Câmara vá até ele.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO (Questão de Ordem): Solicito também a presença do Comandante da Brigada Militar e chefe da polícia.

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Gostaria da inversão da Ordem do Dia, que fosse votado, em primeiro lugar, o processo da página 6 – 160/95 em segundo lugar, o da página 8 – PLL n0 48/96, em terceiro lugar, o da página 7 – PLL n0 39/96, em quarto lugar, o da página 5 - PLCL n0 21/93.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Sr. Presidente, sem prejuízo do que foi solicitado pelo Ver. João Dib, requeiro que antes sejam votados os requerimentos, em função de que existe um Requerimento que tem problema de prazo. Se não votarmos em seguida, pode ser prejudicado o seu andamento.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: ( ... ) inscrições taquigráficas se faz de gravações, é uma situação perigosa, sugiro que o requerimento do Ver. Clovis Ilgenfritz, que sejam votados no dia de hoje, é uma temeridade votar sem a taquigrafia.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entende que é uma Sessão normal, os projetos a serem votados são simples, não há problemas maiores, com exceção do de folha n0 5.

Em votação o Requerimento do Ver. João Dib, com o aditamento do Ver. Clovis Ilgenfritz, ou seja, em primeiro lugar votaríamos os requerimentos, logo após, os processos da Ordem do Dia.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): Obviamente, quantos requerimentos teriam que ser votados antes, se procedida a inversão requerida pelo Ver. Clovis Ilgenfritz?

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que há três requerimentos apenas para serem votados.

Em votação o Requerimento do Ver. João Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que estiverem a favor permaneçam sentados, os contrários se manifestem. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n0 107/96 do Ver. Lauro Hagemann. O Ver. Lauro Hagemann, tendo em vista o recebimento do Ofício 226, para que esta Casa seja representada por este Presidente na Conferência Internacional da ONU, sobre as questões urbanas e de habitação, aditado pelo Requerimento de folha 230 e tendo em vista que este Presidente declinou do honroso convite, e formulou ao Sr. Prefeito Municipal, comunica o interesse do Ver. Lauro Hagemann de representar esta Câmara nessa Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas – o Habitat II – em Istambul. De forma que, para esse mister, deverá o Sr. Prefeito afastar-se do Município no período compreendido entre as 19h do dia 28 de maio e às 8h do dia 7 de junho do ano em curso, período em que S. Exa. solicita o pagamento das diárias correspondentes. Informamos, ainda, que os gastos com passagens aéreas correrão por conta do Poder Executivo. Informa também o Ver. Lauro que, através da sua experiência legislativa nessa área, ele saberá bem representar o Legislativo Municipal Porto-alegrense e seus Vereadores, esperando, através do intercâmbio que deverá se estabelecer, proporcionar, pelo encontro, a oportunidade de divulgar não só as experiências aqui desenvolvidas, através dos projetos aprovados nesta Casa sobre a questão habitacional e urbana, mas trazer também novas idéias e subsídios que possam ser adaptados e incorporados à realidade através da continuidade dos trabalhos aqui apresentados. 

Em votação o Requerimento do Ver. Lauro Hagemann.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente, para que dúvidas não pairem, a Casa do Povo de Porto Alegre estará muito bem representada na II Conferência Internacional da ONU sobre as questões urbanas e de habitação. O Ver. Lauro Hagemann é um distinto e excelente parlamentar e, com toda a certeza, representará esta Casa muito bem nos eventos que se realizam em Istambul.

Venho à tribuna, Sr. Presidente, para reiterar, mais uma vez, a posição de que considero que as coisas, nesta Casa, ocorrem de maneira extremamente burocratizadas, complicadas e que, às vezes, podem gerar situações diversas da original. Podemos, por exemplo, decidir uma matéria, porque o Ver. Lauro Hagemann quer ir à Turquia para participar desse Encontro. Não! O que existe é um convite do Sr. Prefeito Municipal para que haja um representante da Casa nesse Evento, junto com ele, que irá expor as suas experiências administrativas.

Certamente, o convite foi, num primeiro momento, endereçado – como não poderia ser diferente – ao Presidente da Casa, que é, para todos os efeitos legais, o representante do Legislativo Municipal nessas e em outras ocasiões. Nesse sentido, houve-se bem o Sr. Prefeito Municipal, na medida em que formulou o convite ao Ver. Isaac Ainhorn, que declina dessa honra e deixa a Casa em liberdade para manifestar-se sobre a conveniência de que a Casa se faça representar nesse evento.

Então, Sr. Presidente, o que inicialmente estaríamos decidindo – e eu prefiro que a decisão seja colocada nesse termos – é se é correto a Casa atender ao convite do Sr. Prefeito Municipal e designar um parlamentar que o acompanhe nessa viagem. Pessoalmente, considero que essa deveria ser uma praxe que, sempre que houvesse uma situação dessas, em que o Sr. Prefeito fosse arejar em qualquer ponto desse mundo de Deus, que também parlamentares procedessem da mesma forma. Por isso, considero que a vinda a Plenário desse Requerimento é algo que tínhamos que forçosamente encarar de forma diferente. Teríamos que estar aqui discutindo esse assunto como se estivéssemos a tutelar a figura da representação, como se tivéssemos que dar autorização à ida de um companheiro nosso, a convite do Sr. Prefeito Municipal, a um evento dessa grandeza, e que essa tutela pudesse, de algum modo, ser questionada, na medida em que esse formalismo da aprovação tenha que ocorrer.

Assim, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja para deixar muito claro que, na ótica deste Vereador, convite como esse a Câmara não tem o direito de recusar. E que, se por uma razão de fórum íntimo, a pessoa a quem é destinado o convite não tenha motivação para aceitá-lo, a designação de um representante deveria ser um ato que dispensasse a ouvida do Plenário, especialmente quando essa designação fosse criteriosa, qualitativa e consagrada pela escolha muito correta daquele que, com toda a certeza, irá nos representar muito bem na II Conferência Internacional da ONU. Só me resta desejar a V. Exa., Ver. Lauro Hagemann, toda a sorte do mundo nessa sua viagem e que de lá nos traga, com a sua sensibilidade sempre demonstrada, a experiência que, com toda a certeza, haverá de captar nesse evento.  Muito obrigado. 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos que temos, sobre a mesa, outro Requerimento firmado pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, e, tendo em vista o convite formulado pelo Sr. Prefeito Municipal a V. Exa. para representar este Legislativo na Assembléia Mundial das Cidades, reivindica a indicação do seu nome.

O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores – especialmente ao Ver. Reginaldo Pujol - , estou encaminhando favoravelmente à designação do Ver. Lauro Hagemann, embora me sentisse no direito de também me qualificar para o comparecimento nesse tipo de evento, uma vez que exerço atividades, há mais de 30 anos, nessa área e acompanhei o “Habitat I”, que ocorreu em 1976 em Vancouver, Canadá. Sei da importância que esse tipo de evento tem e o quanto será importante o relatório que o Ver. Lauro Hagemann trará para nós do “Habitat II”. Sei também que o “Habitat II” está dando a Porto Alegre uma importância singular em âmbito mundial, uma vez que mais de 3.500 cidades do mundo enviaram projetos para o tema principal que estará sendo discutido, que trata de novas formas de administração do poder local e dos problemas que as cidades, em todo o mundo, estão sofrendo.

Sei também que, nesse evento, estarão representados o Executivo Municipal, através de pessoas ligadas à Administração que estão trabalhando na área do Orçamento Participativo. Essas pessoas irão acompanhar o Sr. Prefeito, porque a Prefeitura de Porto Alegre foi distinguida entre as únicas 40 experiências – entre as mais de 3.500 – como uma das experiências a serem discutidas no “Habitat II” e foi elogiada pela Organização das Nações Unidas.

Assim, encaminho favoravelmente ao Processo do Ver. Lauro Hagemann e retiro a minha solicitação em favor da ida do ilustre Vereador, que tem uma folha muito grande de trabalhos na área urbana espacial, habitacional e de meio ambiente aqui na Câmara Municipal.

Espero que possam surgir outras oportunidades para que este Vereador possa participar desse tipo de evento. Muito obrigado. 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece o alto espírito público manifestado pelo Ver. Clovis Ilgenfritz e passa a palavra ao ver. Pedro Ruas, que encaminha pela Bancada do PDT.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse Requerimento que votamos neste momento, no sentido de que o Ver. Lauro Hagemann integre a comitiva que irá ao “Habitat II” – Conferência Internacional da ONU sobre as questões urbanas e de habitação, tem, de nossa parte, integral apoio, porque, na medida em que o Ver. Lauro Hagemann comparece a esse Encontro, com a sua experiência e o seu conhecimento, sua bagagem cultural certamente contribuirá para o mesmo. E mais do que isso, no seu retorno nós, em Porto Alegre, teremos condições de aproveitar  esses mesmos conhecimentos em caráter redobrado, porque esse tipo de Encontro é que pode proporcionar um preparo que deve ter um Vereador da Capital do Estado.

Em diversas oportunidades, tenho-me manifestado nesta tribuna, sempre que possível, a favor das viagens de representação dos Vereadores desta Casa. Entendo que é dessa forma que Porto Alegre se faz presente nos encontros, congressos, simpósios e debates que digam respeito à administração da Cidade, e é dessa forma também, Sr. Presidente, que os nossos colegas Vereadores se preparam adequadamente para o exercício da sua função nesta Casa.

Na condição de Presidente da CUTHAB, entendo como extremamente importante a ida do Ver. Lauro Hagemann, integrante da mesma Comissão, para que nós, da Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, possamos ter efetivamente um preparo adequado, um conhecimento de nível internacional, para tratarmos das questões de Porto Alegre, o que, de resto – quero deixar claro - , teríamos também com a ida do Ver. Clovis Ilgenfritz, também integrante da CUTHAB, que possui os mesmos méritos e as mesmas condições de trazer-nos essas informações.

Portanto, encaminho favoravelmente à indicação, e considero que esta Casa deve não apenas aprovar, como incentivar que, em outras ocasiões, outros Vereadores representem esta Cidade em encontros da mesma natureza.  Muito obrigado. 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu desejo, no dia de hoje, era falar sobre o salário dos municipários, a greve que está em trânsito e que deverá terminar no fim da tarde, espero que sem nenhum percalço, para a tranqüilidade de muita gente inclusive minha.

Eu disse que havia debatido, hoje pela manhã, com o Ver. Antonio Hohlfeldt, o relatório a ser feito sobre os trabalhos da nossa Comissão, mas o Prefeito Tarso Fernando Genro disse que, em Istambul, a Prefeitura de Porto Alegre vai falar sobre a Conferência Habitat II. Até haviam dito que iriam levar o Orçamento Participativo e outras coisas mais. É claro que apoio a viagem do eminente e nobre Ver. Lauro Hagemann, a quem, como amigo, pedi algo de particular, como tenho essa preocupação, quero saber se V. Exa. vai conseguir – e sei que, se for possível, conseguirá – descobrir como são tratadas as reivindicações salariais dos servidores públicos da Prefeitura de Istambul, porque, aqui em Porto Alegre, essas questões são tratadas no jornal; o Prefeito não fala com os servidores. Quero saber se, lá em Istambul, o Prefeito faz a mesma coisa: paga caro ao jornal para dizer que não dá nada aos servidores. É isso que quero saber e é por isso também que encaminho favoravelmente à viagem do Ver. Lauro Hagemann a Istambul. Muito obrigado. 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não era minha intenção provocar esse clima, não de hospitalidade, mas de sadia discussão em torno de uma viagem que não acontece todos os dias. Com exceção de uma única vez, ainda quando o Ver. Valdir Fraga era Presidente desta Casa, gozei de uma passagem aérea de Porto Alegre à Brasília em missão política desta Casa. Isso faz mais de dez anos. Nunca mais tive esse benefício. Desta vez, julguei-me com autoridade para pleitear, e hoje estamos aqui para decidir. Principalmente depois da volta da Vera. Clênia Maranhão da viagem a Pequim na Conferência das Mulheres, quando ela me alertava sobre a realização desse “Habitat II” em Istambul, e que a Casa deveria comparecer. Dizia-me que eu deveria pleitear a minha indicação. Em função disso, quando soube que estava-se a organizar uma comitiva da Prefeitura para comparecer a esse evento, manifestei ao próprio Presidente, informalmente, o meu desejo de ser indicado, ou de vir a ser um dos pleiteantes da viagem. Agora, configura-se, efetivamente, a mensagem do Prefeito convidando o Presidente da Casa, que declinou e entrei nesse vácuo. Reconheço o direito do Ver. Clovis Ilgenfritz de pleitear porque ele, como arquiteto, como urbanista, também conhece essa área. Teria todo o direito de disputar. Eu não quis trazer essa disputa para o âmbito do Plenário porque achava uma situação constrangedora. Mas ele teve o gesto delicado de retirar o seu Requerimento. Fiquei só. Ao Ver. João Dib, eu prometo que vou trazer a encomenda pessoal, e vou empenhar-me junto à Prefeitura de Istambul para saber como são tratados os funcionários municipais daquela edilidade.

Prometo que no regresso vou fazer o mais amplo relatório possível de tudo o que foi apresentado no conclave para que nós, que já estamos, de certa forma, andando nesse processo de urbanização moderna, nos comportando em relação ao restante do mundo. Vamos ver o que dizem os representantes de outras grandes Cidades. Muito obrigado por todas as referências. Estou cumprindo apenas com o meu papel.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Queria rapidamente reafirmar aqui uma conversa que tive com o Ver. Lauro Hagemann, quando do meu regresso da ONU, onde tive a responsabilidade de representar esta Casa.

Nessas minhas duas últimas participações no Congresso da ONU, tanto no da Dinamarca, quanto no Congresso da China, tive a oportunidade, não apenas de participar dos eventos oficiais e paralelos lá desenvolvidos, como tive também a oportunidade de travar uma importante discussão política sobre a questão da representação parlamentar nos Municípios com as Comissões que representavam e organizavam as representações do Governo brasileiro naqueles eventos, porque tradicionalmente esses congressos tinham como representação da área parlamentar senadores e deputados federais.

Se neste País, a partir da última constituição se redefiniu o papel de várias políticas públicas, inclusive o papel dos Municípios e, conseqüentemente, dos parlamentares em nível municipal, acho que nós, enquanto Vereadores, temos que fazer valer essa vontade da população que prioriza a atuação dos Municípios e, conseqüentemente, dos seus representantes políticos.

Hoje, como discutimos os 20 anos da FAMURS, fiz questão de resgatar essa importância do Município porque é nos Municípios que se efetivam as políticas públicas. E cada vez mais nós, os Vereadores, temos que tomar consciência dessa responsabilidade e procurar participar das representações políticas ao lado dos deputados e senadores, que são políticos importantes, mas que não convivem com a luta cotidiana da população, como nós participamos.

Um outro argumento que me fez levar essa discussão política, inclusive junto aos setores do próprio Ministério de Relações Exteriores, e quero dizer que naquele momento tive um apoio fundamental nessa discussão do Senador gaúcho Pedro Simon, é que hoje se discute muito a questão da globalização da economia, da internacionalização do capital, da possibilidade da divulgação dos eventos que acontecem em todo o planeta. Chegam até nós, através das redes de INTERNET e outros canais, cada vez mais questões políticas que são discutidas, definidas em nível dos congressos internacionais e interferem no espaço político do Município. E se nós queremos a solução de alguns problemas e a discussão de alguns temas que hoje são globais. Nós, enquanto políticos, temos que ter a participação inclusive nesse nível político. É uma ousadia, sim. É um desafio importante. Acho que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem colocado para si esse desafio.

Quando eu estava participando no Congresso da Dinamarca, estive discutindo com a Embaixada Brasileira e reivindicando a minha carteira de crachá vermelho, que me dava acesso a todos os departamentos daquele congresso, porque havia senadores da República e Deputados Federais que tinham o tal crachá vermelho. Foi com base na discussão da última Constituição Brasileira e no resgate dessa questão do municipalismo que hoje estamos discutindo nesta Casa o que enfrentei nessa discussão com a Embaixada.

No último Congresso da China, havia várias Vereadoras, porque era um congresso feminino, e essa discussão não se colocava mais. Acho que a nossa participação também cumpriu com esse papel em nível da representação do Ministério das Relações Exteriores para colocar na prática uma Lei que construímos na Constituição de 1988. Acho que esse Congresso vai ter uma importância fundamental. A participação do Ver. Lauro Hagemann, e se tivesse sido discutido com o Ver. Clovis, ou outros Vereadores que têm trajetória nessa área, será importantíssimo para colocar a política nesse patamar de importância. Muito obrigada. 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento n0 107/96. Votação nominal por solicitação  do Ver. Pedro Ruas. (Após a chamada.) APROVADO por 22 votos SIM.

A Mesa dá continuidade aos trabalhos legislativos desta tarde, e pede desculpas aos Srs. Vereadores pela precariedade das condições de trabalho, uma vez que não conta com os serviços de taquigrafia. Mas está dentro daquele esforço possível, prestando, com as condições que tem, o melhor serviço possível para o encaminhamento normal da presente Sessão. Há um Requerimento firmado pelo Ver. Clovis Ilgenfritz que a Mesa informa que foi retirado. Temos apenas um último Requerimento, e depois ingressamos na Ordem do Dia.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de autoria do Ver. Henrique Fontana, conforme consta da Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Visivelmente, não há quórum.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h27min.)

 

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